terça-feira, 9 de junho de 2009

INVENÇÃO para Fernanda

Complexidade simples
Complexa simplicidade
Compleximplicidade!
Complexa e simples cidade
Que se abre
Que se afasta
Que se nos arrasta
Conecta tua sensibilidade
E vê por sobre a opacidade
O novo dia
E a vida
E a idade
A vaidade
De viver nesta idade
FEliz!

circa 2003

domingo, 17 de maio de 2009

Dizer liberdade de expressão já é a própria falta de liberdade em si. Encerrar expressão dentro de meras possibilidades engessa, emburrece e definha a arte dentro de cada um. Viva o improviso. Viva a técnica.

O Parlamento Europeu votará pela censura do conteúdo da internet naquele continente. Lamentável em pleno século XXI. Estaremos retrocedendo aos confins da ignorância e da vigilância moral, de volta à era negra da ditadura? Apertem seus cintos e arrumem suas consciências. Somos seres morais e mortais. O legado é inegável. Tudo o que se diz, pensa e faz se propaga pelo todo e além. Não somos donos de nada!

segunda-feira, 11 de maio de 2009











O
F i m

Fodeu tudo, observem, o mundo desaba.
É o caos que se propaga a todo custo
E não teremos sequer o tempo de um susto
É fácil notar que a esperança acaba.

Corram todos, depressa ! O tempo urge,
Pois já vêm hordas em nosso encalço.
Havemos de nos mover, mesmos descalços.
No esmo das trevas pois o sol não surge.

Ruge o leão um ronco grave que retumba,
E este gesto ruim nos anuncia desatre.
Acaso viste bem o barco em que entraste ?
Amigo, em breve tomarás na bunda.

Agora não tem mais jeito, é o fim de fato.
Tá todo mundo vendo e inclusive eu acho
Que vou chutar o pau do barraco saindo de baixo
E pular fora do barco antes dos ratos.

Eu cá por mim não tenho nada a ver com isso.
Apenas vejo as coisas em pedaços.
E enquanto o mundo acaba
Eu me desfaço dos meus compromissos.

O fim chegou porque era necessário,
Pois tudo que vive, diz a lei, perece,
Tão logo como uma fruta amadurece
É feito carne que apodrece no armário.


Há dez anos o Grupo MRRut fazia sua performance Furdunço no Teatro de Arena da Unicamp com poesia de João Miguel Moreira Auto (Damião). Os artistas Fernanda Giulietti, Marcelo Poletto, José Vicente da Veiga, Paulo Ito e eu, Max Costa representavam facetas do medo. A pintura dos painéis peix' eu te vermelhor e o ver de preto o tao ocorreram alguns meses antes, mas já fazem parte da idéia de apropriação de um espaço que ainda hoje é aberto e subutilizado. Algum tempo depois viemos a ocupar o Teatro de Arena com uma performance ainda maior, durante o V ENEARTE que produzimos no mesmo ano em outubro. Essa última performance acabou saindo um pouco dos trilhos mas foi espetacular.
Bons tempos de faculdade. Isso foi em 1999!
Mas os amigos continuam vivos no meu coração e nos cruzamos ocasionalmente.
SAUDADES!!!!


Fotos Everaldo Silva

quarta-feira, 4 de março de 2009

HAIKAI - HAIKU

Essa é uma brincadeira que fizemos outro dia, a Doroti, o André, eu e o Gui.
Peguei a receita da poesia oriental, que é o Haikai (ou Haiku para outros). A formula é combinar três sentenças com divisão 5 - 7 - 5 formando um verso. A liberdade fica a cargo de cada um.

Estamos aqui
Faremos um poema
De pouca ordem

Encantamento
Com sensibilidade
O seu verso, pois

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No rancho fundo
Pra lá do fim do mundo
Onde canta o...

Pôr do sol anil
A montanha que longe
Vive lembranças

Os carrapatos
Picam as nossas pernas
Mas nem ligamos

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Cinco sílabas
Juntando outras sete
Formam o Haikai

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Somos gente boa
Bebemos e fumamos
Só para viajar

Junte-se a nós
Queremos liberdade
E depois dormir

Nossa embriaguez
Lampejo de lucidez
Pass' outra lata

Trançando as pernas
Tropeços de sensatez
Outra cerveja!

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Hoje mesmo escrevi esta:

A dim reflexion
Wakes me up during the night
It's the moon glowing